Maçã Cítrica
O fruto suculento aos lábios meus…
Amável, tanto cítrico, doçura
De sumo, assim, sublime; que aos museus
Seria, bem decerto, uma obra pura…
Orgânico, porém, não poderia
Ficar longe d’um vivo paladar,
Rosado, orbicular, vês? Quem diria?
Que pude degustá-lo e, então, amar…
E amei, na intensidade mais vestal…
Rostindo, com carícias, fruição…
No entanto, que tristura, é sazonal…
E adeus me dera em cálido verão,
Beirando, pois, de março, as grandes chuvas
Faz tempo que o troquei por méleas uvas,
Mas é setembro e sei que voltarão.
Escrito em 7 de setembro de 2024
Escaldas, Sol, de modo pálido | Melódicos sons de calada, | Fervendo-me o âmago cálido | A lágrima minha é brumada; | ‘Que queres de mim, ó sazão!…
Há de chover hoje, à tarde, | Este sopro tão tenro segreda | Cá o sol pobrezinho não arde | Seu adeus gradativo arvoreda; | Ó azul melancólico, cante! | As nuvens se unem, me basta…
Poeta, Escritora e Sonurista, formada em Psicologia Fenomenológica-Existencial e autora dos livros “Sonetos Múrmuros” e “Sete Abismos”. Sahra Melihssa é a Anfitriã do projeto Castelo Drácula e sua literatura é intensa, obscura, sensual e lírica. De estilo clássico, vocábulo ornamental e lapidado, beleza literária lânguida e de essência núrida, a poeta dedica-se à escrita há mais de 20 anos. N’alcova de seu erotismo, explora o frenesi da dor e do prazer, do amor e da melancolia; envolvendo seus leitores em um imersivo, e por vezes sombrio, deleite. A sua arte é o seu pertencente recôndito e, nele, a autora se permite inebriar-se em sua própria, e única, literatura.
O Sol, um ponto pálido no céu | Azúleo-gris, opaco e tão brumoso; | Pinheiros, névoa negra como um véu… | N’orvalho d’um dilúculo moroso;…