Avis Rara
Colibri,
Cântico noturno,
Rubi d’ouro soturno,
Trove p’ra mim…
Colibri,
Aos meus umbrais,
Tardio n’alma jamais,
Inverno de mim;
Colibri…
Choras vagante
Sobre a flor errante
Que havia em mim;
Colibri…
A escuridão conduz
Aos lânguos teus
Que dos olhos meus
Deram-te a luz.
ó Colibri… o pranto…
De mil águas, Colibri.

Despertei assustada, sem razão, exceto por uma sensação de intenso temor. Sentei-me…
Alguns dias e noites bastante invernais se seguiram até que fui levada à Mansão Negra e…
O perfume dos lihrios de ébano serena meu coração desde então; por muito quando as visões…
“Escuta-me”, disse o Demônio, pousando sua mão sobre minha cabeça. “A terra de que te falo é uma terra lúgubre na Líbia…”
Edgar Allan Poe não foi apenas o Mestre da Literatura Gótica…
Agachada sob a sombra crepuscular, olhei e vi um ancião cujos olhos exaustos caiavam seu espírito perverso; o que, se por mim fosse evidente…
O céu era como a De Sterrennacht, embora em tons azúleos, opacos e cinéreos — sombrio além, n’um mistério lôbrego. O vento soprava apenas…

Poeta, Escritora e Sonurista, formada em Psicologia Fenomenológica-Existencial e autora dos livros “Sonetos Múrmuros” e “Sete Abismos”. Sahra Melihssa é a Anfitriã do projeto Castelo Drácula e sua literatura é intensa, obscura, sensual e lírica. De estilo clássico, vocábulo ornamental e lapidado, beleza literária lânguida e de essência núrida, a poeta dedica-se à escrita há mais de 20 anos. N’alcova de seu erotismo, explora o frenesi da dor e do prazer, do amor e da melancolia; envolvendo seus leitores em um imersivo, e por vezes sombrio, deleite. A sua arte é o seu pertencente recôndito e, nele, a autora se permite inebriar-se em sua própria, e única, literatura.
A cristalina água corrente abluíra as provas de que aquilo não se tratou, tão somente, de uma manifestação…