Sede Profunda

 

Taras Loboda

 

Sangrando o coração em minhas mãos,
A carne carmesim desentranhada,
O sândalo do horror enquanto sãos
Olhavam-me co'a fronte embasbacada!

Ouviram dos vitrais o berro alto,
Clamaram por amparo às redondezas,
A noite era negrume em céu cobalto
Vidrando os olhos meus em sordidezas;

Assim talaram todo umbral em drama
Enquanto a negra sede já cessada
Poder de morte deu-me à minha flama;

A seiva que ebulia, eu transmutada
Em pássaro corvino à rama estéril,
Rompi pelas fenestras, abalada,
À tempo em retornar ao cemitério.

Sahra Melihssa

Escritora Melancólica, Poeta Obscura, Sonurista Lírica e Psicóloga Existencial. Anfitriã do Castelo Drácula. Saiba Mais

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