Florescer Melancólico

Imagem criada por Sara Melissa de Azevedo
Silencie seus pensamentos por um instante e, então, ouça o canto do sereno vazio. Talvez eu sinta — na imensidão do único universo que me pertence — uma sôfrega sensação de que não há, no interior do mundo humano, alma capaz de enxergar-me como sou.
Não porque estou invisível, mas sim porque ver o Ser é apenas possível àquele que o é. E mesmo nestas condições, vê-se o que se vê na idealização do próprio ser o que se é.
É compreensível todo o inestimável valor desta verdade; no entanto, compreendê-la não me isenta de sentir a profunda dor que ela causa, quando, a esmo, perco-me do rumo e, então, escapam, pelas trêmulas mãos, os sentidos de outrora. Quando as dúvidas permeiam a escuridão da mente inquieta e o “por que há vida?” ergue-se, como uma cordilheira, no horizonte.
Quando lembro que o efêmero condensa a vida, lapidando um medo de que tudo seja esquecido. Porque sou minhas lembranças de ser, ainda que imersas em um achismo ideal, neste terreno pulcro ergo um edifício de saberes aprendidos em momentos de estranheza e de fascínio, lugar que habito, portanto, ao passar do tempo, e que deixo, por fim, caminhando descalça até o horizonte cujo mar da morte aguarda-me: a singela nau, a estátua daquele que levará a minha vida.
Assim, perceberei que o edifício ruirá conforme sou levada pela nau da morte. Isso me inquieta. Eu não quero partir... Talvez eu sinta que, sob o mesmo sol do nunca-ser-alcançada-por-uma-alma-humana, reside um que-assim-seja. A vida ainda é um lírio para mim.

Querida Lilaen, o mundo silente convida-me ao infinito dos teus olhos. Embora eu não possa ouvir tua voz, sei que ela é doce como mel…
À noite, tilintam... | Entre a breve garoa; | E os brilhos longínquos, | Iguais se tilintam... | No firmamento sereno. | Tradições e esperanças: | Tesouros de vida,…
Silencie seus pensamentos por um instante e, então, ouça o canto do sereno vazio. Talvez eu sinta — na imensidão do único universo que me pertence…
N'alcova em solinura eu m'afligia, | Terror de pesadelos: abundante! | Nesta umbra-consciência algo plangia | Em mórbido sonar arrepiante...
As dores que te orgulhas por deixares | Raíz, à terra úmida, criaram; | Nasceram rosas negras que, se amares, | Irão murchar fugazes tal brotaram;...
Amado, esta invernia quando vem, | Na tua serenidade apaziguante, | Almejo o aconchego que nos tem | Somente em nosso leito lacrimante;…
Orquídeas negras tecem a ninguém, | Silêncio aveludado no jardim, | Apresso-me temendo vir alguém | Desperto pelo…
Cinéreas nuvens, frio — e a quietude, | A fina chuva, o aroma: há sopa quente | Nos prédios, casas, lares: placitude; | Debaixo, em cobertores — quiescente;
Ouvia o sussurrante estridor do rígido inverno e o pálido horizonte nevoado assustava-me em sua imensidão anilada…
Esse texto é para maiores de dezoito anos. Contém linguagem sexual explícita e…
Esse texto é para maiores de dezoito anos. Contém linguagem sexual explícita e pode conter ilustrações do mesmo teor..
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Embevecida pelo silêncio dos sonhos mais profundos, tudo se externava em suavinura. Andejei sob infinda serenidade por dentre um substancial jardim de raras…
Disparada seguiu pelos claustros do castelo Vonssihren, embora mantivesse sua elegância; a aragem era doce e tenra, beijando seu rosto com a serenidade de um…
Por vezes em meus sonhos turbulentos | Sentires do passado me retornam, | São como frágeis sombras, tenros ventos | Que espargem às paisagens que me ornam;…
Em algum espectro temporal da poesia em toda a sua existência, houvera uma poética habitante…

Escritora Melancólica, Poeta Obscura, Sonurista Lírica e Psicóloga Existencial. Anfitriã do Castelo Drácula. Saiba Mais
Olhos de pútrida esperança; entre o frígido derredor, onde as mãos do insondável inverno conduzem a pequenez de seres irrisórios..