Veemência
Sim, sorvo a rigidez com sede intensa!
Repara o quanto sou tão dedicada!
Ordenas toda a noite, e eu já propensa,
Acato salivando e bem calada;
Sim, deito nesta alcova sempre nua
P'ra assim me atares, sádico, tecer
Tua fúria; faz no dorso marca tua,
Rotina lacrimal do meu prazer;
Não, nunca me verás amando outrem,
Anelo que me afogues sob a dor,
Somente tu, meu Dono, mais ninguém...
“Dulcifera e gentil, sinta o sabor...”
— Tu dizes — “Porém quero ruborar
Tua face pulcra" — e fazes, sem parar,
“Sim, chore, frágil, e ame este opressor”.
Seus olhos jamais se perderiam em minha memória, ainda que o tempo se regozijasse na tarefa do esquecimento. Contudo, a noite solitária era estranha e fria, meu âmago se calava como um pássaro morto enquanto tudo o que eu sentia era medo…
Eu te sentia, mesmo à distância. E me envolvia aos meus lençóis enquanto o luzir lunar adentrava a minha janela. Pálpebras fechadas, olhos lacrimejantes, pois tamanha era a minha vontade, eu podia sentir tuas…
Quão imensurável é a vontade que verte tão suavemente de minha intimidade, sempre à noite quando me deito, oníricas imagens regam meu adormecer e delas faço aumentar minha calidez até que os sonhos, de fato…
Moroso e calmo como a noite e o silêncio. Vem, toca-me com seus dedos tenros, esqueça o que nos ascende à dor da alma, mate a solidão com a lembrança do meu desejo. Veja que tenho sonhado, diz se você também sonha comigo...
Não sei teu nome, mas tu estiveras em meus sonhos esta noite. A escuridão beijava todo o meu quarto e o fervor lânguido incitava minhas lamúrias…
Lugares em algures insondáveis, | Tuas mãos que manipulam com ardor... |Se, Dono, tenho as dádivas amáveis | De estar sob teu jugo, por amor,…
Amor... Quão fascinante a tua firme presença. Vejo em teus olhos um lume sombrio de intensa paixão. Sinto falta e anseio por mais…
Esse texto é para maiores de dezoito anos. Contém linguagem sexual explícita e pode conter ilustrações do mesmo teor…
Silêncio teu, flagelas-me centrado, | Imensas mãos à tez, me carminar, | Respiras com'o abismo, acalorado | Penetras-me com teso, a dominar;…
Sim, sorvo a rigidez com sede intensa! | Repara o quanto sou tão dedicada! | Ordenas toda a noite, e eu já propensa, | Acato salivando e bem calada;…
Quão imensurável é a vontade que verte tão suavemente de minha intimidade, sempre à noite quando me deito, oníricas imagens regam meu…
À Noite, quando as candeias se apagam e, sob sombria imensidão, ergue-se o prazer em minh’alma, ultrapassando a tórrida pele, relembro-me…

Poeta, Escritora e Sonurista, formada em Psicologia Fenomenológica-Existencial e autora dos livros “Sonetos Múrmuros” e “Sete Abismos”. Sahra Melihssa é a Anfitriã do projeto Castelo Drácula e sua literatura é intensa, obscura, sensual e lírica. De estilo clássico, vocábulo ornamental e lapidado, beleza literária lânguida e de essência núrida, a poeta dedica-se à escrita há mais de 20 anos. N’alcova de seu erotismo, explora o frenesi da dor e do prazer, do amor e da melancolia; envolvendo seus leitores em um imersivo, e por vezes sombrio, deleite. A sua arte é o seu pertencente recôndito e, nele, a autora se permite inebriar-se em sua própria, e única, literatura.
Aprecio tua inteligência, todas elas; desde tua clareza mental a respeito do mundo, até a tua amplitude emocional. Assim, quando te sinto imerso em mim na lascívia…