Suavinura

Um pranto verossímil em meu peito…
Nublados céus sombrios me absorvem…
Sozinha eu silencio, então me deito,
E os sonhos da existência me comovem;

Se houvesse uma razão p’ra ser sensível,
Se um lábio me zombasse espinhento
Seria então, o aperto, bem plausível,
Porém ao meu encontro só relento…

Orvalho do nublar que à noite veio
Contíguo a introversão que acolhe o seio
Da minha tão febril fragilidade…

Se viva estou, mui choro com a lua…
Qualquer sinal de pura inocuidade…
Se vejo flor nascer em minha rua…
Quão fácil é me doer a suavidade…

*Suavinura: Palavra que criei para designar um sentimento sensível, sutilmente triste de aperto e comoção profunda que surge por detalhes que são, geralmente, triviais. VER O DICIONÁRIO

Sahra Melihssa

Poeta, Escritora e Sonurista, formada em Psicologia Fenomenológica-Existencial e autora dos livros “Sonetos Múrmuros” e “Sete Abismos”. Sahra Melihssa é a Anfitriã do projeto Castelo Drácula e sua literatura é intensa, obscura, sensual e lírica. De estilo clássico, vocábulo ornamental e lapidado, beleza literária lânguida e de essência núrida, a poeta dedica-se à escrita há mais de 20 anos. N’alcova de seu erotismo, explora o frenesi da dor e do prazer, do amor e da melancolia; envolvendo seus leitores em um imersivo, e por vezes sombrio, deleite. A sua arte é o seu pertencente recôndito e, nele, a autora se permite inebriar-se em sua própria, e única, literatura.

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