Duro cárcere, sombras da minguança…

Nicola Samorì, Agnes (2009)

Vês que o riso prevê dificuldades
Quando os dias desabam friamente
Mesmo em ápice, a glória, descontente
Não desfaz emoções das finidades,

Ao contrário, resguarda na memória,
Só se aceita a ledice por costume
Nunca o verso nascera, na história,
Desta fé que desagua em grande lume;

Sempre vem o regalo quando o mar
É vistoso e demonstra mansidão
Mas a luz se negrume n’um piscar
Manda as nuvens d’angústia ao coração;

Vês que é fardo, é fado, languidez
Não resiste — a aurora — vir a ser
Nem a calma e a penúria, a torpecer
Nem a noite obscura em morbidez.

Sahra Melihssa

Poeta, Escritora e Sonurista, formada em Psicologia Fenomenológica-Existencial e autora dos livros “Sonetos Múrmuros” e “Sete Abismos”. Sahra Melihssa é a Anfitriã do projeto Castelo Drácula e sua literatura é intensa, obscura, sensual e lírica. De estilo clássico, vocábulo ornamental e lapidado, beleza literária lânguida e de essência núrida, a poeta dedica-se à escrita há mais de 20 anos. N’alcova de seu erotismo, explora o frenesi da dor e do prazer, do amor e da melancolia; envolvendo seus leitores em um imersivo, e por vezes sombrio, deleite. A sua arte é o seu pertencente recôndito e, nele, a autora se permite inebriar-se em sua própria, e única, literatura.

https://castelodracula.com/membros/sahramelihssa
Anterior
Anterior

Árduo Ponderar

Próximo
Próximo

É destino a aspereza de minh’alma