Instantes 02

 

The Pride of Dijon. (1879) William John Hennessy

 

Não terei clemência frente ao espelho que reluz toda a minha nadificante existência, pois este é o sentimento mais medíocre, ou pelo menos um dos mais medíocres.

Autopiedade não leva a nenhum lugar, tens razão. – Entreolharam-se e Jasmine sorriu.

O que fazes aqui, Edwarden? O arrebol desfalece o dia e logo haverá névoa, nenhuma flor do jardim estará à vista.

Ora, pois, que vim por uma flor em específico. – Ele toca suavemente o rosto de Jasmine. — E esta não se ofusca na neblina, ao contrário, aflora assim que nela se ascendem os segredos do anoitecer.

Desconheço tal espécie... – Jasmine volta-se à paisagem desviando seu vívido olhar do semblante de seu amado. Edwarden se aproxima outra vez.

Trata-se d’uma rara espécie a qual reside em teu espelho e faz jardim n’este teu ser – ele sussurra.

Sahra Melihssa

Escritora Melancólica, Poeta Obscura, Sonurista Lírica e Psicóloga Existencial. Anfitriã do Castelo Drácula. Saiba Mais

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