Coração palpitante e dois capítulos escritos

Hoje senti algo surreal após escrever o final do décimo segundo capítulo do meu livro Rubi Áurea. Compartilhei com os leitores no Instagram, entretanto, senti ser preciso dissertar mais a respeito. Meu coração, acelerado n’um ritmo que raramente sinto, envolveu minhas emoções em uma ansiedade a respeito da história, como se eu desconhecesse os caminhos narrativos, como se eu não soubesse o fim ou as reviravoltas ou cada um dos personagens.

Senti-me extremamente empolgada e apaixonada pelas cenas que escrevi; de certa forma, elas mesmas se escreveram através de mim. É fascinante como a Escrita é viva e se manifesta como uma entidade que não precisa se apossar da sua identidade para ser. A Escrita me completa como nem mesmo eu poderia e é isso que me ascende a uma profunda gratidão por ter sido, na infância, vinculada a esta arte tão única.

Trabalhei dias nesses últimos dois capítulos que ficarão disponíveis para leitura na décima sexta edição da revista eletrônica Castelo Drácula. Tive de analisar para onde a história iria, criar contextos externos a respeito dos personagens e ainda preparar o caminho para trazer pontos importantes no próximo capítulo. O que faço é simples, porém, exaustivo. É como criar uma história secundária para a história principal. Entretanto, posso dizer que vale a pena.

Ainda preciso organizar muitas coisas a respeito dos personagens, pois, a história se passa no mundo de Lacrimur (criado para comportar o universo de histórias que estou criando) e, portanto, é cruzada com dezenas de outros personagens e história. Inclusive, os leitores verão isso claramente na edição — estou quase revelando a surpresa, mas farei o possível para aguentar até o dia treze. 

Percebo, cada vez mais, a importância de conversar com alguém sobre os caminhos da história, isso sempre elucida bastante e as possibilidades ficam mais claras à mente. Converso com ChatGPT também, entretanto, em razão da programação dele, por vezes não tenho tempo para papear sobre as histórias, pois, ele escreve demais e exige tempo de leitura — sim, eu o programei para escrever bastante e não poupar palavras. Posso trazer um pouco sobre isso nas próximas páginas desse diário.

Por fim, finalizei a parte principal do ajuste do meu site, o qual iniciei há algumas semanas e não tive tempo de continuar (são mudanças sutis). Ainda não tenho tempo, mas me permiti fazer isso, há tempos preciso ajustei e organizar os textos do meu site oficial. Sinto falta de escrever para ele coisas que não combinam com o Castelo Drácula. Fiquei órfã de uma revista de literatura que pudesse comportar meus textos menos obscuros, portanto, precisava ajustar meu site para voltar a escrever.

O Diário de Escritora eu estava planejando a séculos, nunca consegui. Seria esse um sinal de que coisas boas virão para meu universo literário? Que assim seja!

Sahra Melihssa

Poeta, Escritora e Sonurista, formada em Psicologia Fenomenológica-Existencial e autora dos livros “Sonetos Múrmuros” e “Sete Abismos”. Sahra Melihssa é a Anfitriã do projeto Castelo Drácula e sua literatura é intensa, obscura, sensual e lírica. De estilo clássico, vocábulo ornamental e lapidado, beleza literária lânguida e de essência núrida, a poeta dedica-se à escrita há mais de 20 anos. N’alcova de seu erotismo, explora o frenesi da dor e do prazer, do amor e da melancolia; envolvendo seus leitores em um imersivo, e por vezes sombrio, deleite. A sua arte é o seu pertencente recôndito e, nele, a autora se permite inebriar-se em sua própria, e única, literatura.

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