Arvohreomor
O Sol, um ponto pálido no céu
Azúleo-gris, opaco e tão brumoso;
Pinheiros, névoa negra como um véu…
N’orvalho d’um dilúculo moroso;
Caminho cujo rumo esvanecido
Norteia-me os meus passos n’esta relva,
Profundo-me silente no esquecido
Arbóreo melancólico da selva;
Paisagem que recorro se adormeço,
Que vejo se mi’as pálpebras se fecham
Efúgio meu que tanto tenho apreço…
Tão só no solo dela se apetrecham
Crisântemos plantados por deidades…
Ó leva-me, na morte, à tua verdade
Floresta cujos banzos nunca flecham…
O fruto suculento aos lábios meus… | Amável, tanto cítrico, doçura | De sumo, assim, sublime; que aos museus | Seria, bem decerto, uma obra pura…