
O Bálsamo do Ser
Não me aquieta este peito tanto arfante,
Nem se cala o silêncio que me grita!
Ao véu de minha culpa sou ermita
Mesmo em sonhos fadada estou avante…
E morro em pesadelos torturantes
Bem antes de provar da glória infinda,
Minh’alma se encruada desavinda
Aos meus tristes abismos fulgurantes;
E penso não haver mais esperança,
Nem paz à primavera e nem bonança,
Até vir teus afagos sussurrantes…
No abraço que me cinges, eu me abrigo,
Sabendo-me amargores tão flamantes,
Esqueço-me de horrores abundantes
E poupo-me das dores que persigo.
Sara Melissa de Azevedo - O Bálsamo do Ser (2022, novembro 3) - Poema Digital